Excesso de Deco
O filme apresentado na abertura do 66º Festival de Cannes é ele! O longa-metragem The Magnificent Gatsby sucede assim à Austrália e ao Moulin Rouge na saga dos filmes de Baz Luhrmann. Tal como acontece com os trabalhos anteriores do diretor, seus cenários e figurinos são pelo menos tão importantes quanto a história contada. Uma verdadeira teatralização dos excessos no alvorecer do século 20, lugares grandiosos, a efervescência dos loucos anos 20, num pano de fundo do jazz. Descriptografia em alguns pontos-chave.
Exuberância
Escadas enormes, tetos de catedral, janelas grandes, lustres XXL, molduras nas paredes, vasos gigantes, cortinas de tirar o fôlego, móveis Art Déco e luzes suaves: o trailer define o cenário e nos deslumbra. Em suma, o sonho americano dos anos 1920. Pelo menos, a de Jay Gatsby, o personagem principal do filme, correndo de festa em festa. Ele precisava de um ambiente cintilante, onde a cor da prata e o espírito mundano da época fossem onipresentes para recebê-lo. Uma coisa é certa, esta multiplicação de cenários suntuosos dramatizados ao estilo de uma ópera rock, mergulha-nos no mundo da exuberante personagem encarnada por Leonardo Dicaprio… E não nos deixa indiferentes!
Um espírito dândi
Depois do excesso, o estilo dândi. Porque afinal, aqui, o clichê do dândi dos anos 1920, perdido no mundo do jazz e do álcool oficialmente proibido, é onipresente. Claro, quem diz dândi diz lindos trajes, chapéus, adoração de belos objetos de decoração, mas não só! Com as mulheres, vemos uma profusão de plumas, lantejoulas douradas e prateadas, folhos e rendas que se convidam à decoração. A exuberância convive com a elegância e o requinte, tanto nas configurações como no estilo das personagens.